Valor investido em prefixados até 2027 dobra com taxa de 15% ao ano
Amanda Perobelli/Reuters - 19.10.2021O sonho de aumentar a riqueza com a compra de ações na Bolsa de Valores perdeu espaço na mente dos brasileiros com o salto da taxa básica de juros ao maior patamar desde 2017, em movimento para conter a disparada recente da inflação.
Diante da movimentação que elevou a Selic a 12,75% ao ano, bancos e instituições financeiras já oferecem títulos de renda fixa prefixados com pagamento anual de 15% a quem deixar a grana parada por pelo menos cinco anos.
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Renda fixa ganha atratividade com juros elevados
PixabayPara ter a mesma rentabilidade até 2027, o valor do ETF Bova11, fundo de índice que acompanha a variação do Ibovespa, o principal índice de ações do mercado brasileiro, precisaria dobrar.
Em uma simulação, é possível analisar que a aplicação de R$ 1.000 em um título que paga 15% todos os anos vai se transformar em mais de R$ 2.300 em cinco anos. Ao descontar os 15% do Imposto de Renda cobrados sobre a rentabilidade do período, o valor líquido fica em mais de R$ 2.100.
Se a opção do investidor for pelo Bova11, cuja cota atualmente está na faixa dos R$ 103, ele não vai ter a mesma segurança e precisa cruzar os dedos para que o fundo de renda variável ofereça o mesmo retorno da renda fixa prefixada e alcance mais de R$ 206.
Para William Carnevalle De Vuono, coordenador de riscos da Ouro Preto Investimentos, a alta rentabilidade oferecida pelos títulos de renda fixa concorre com os ativos de renda variável. "Se a gente olhar a Bolsa, em 24 meses ela rendeu 16%. Quando a gente coloca isso dentro de um CDB, que não tem marcação a mercado, há uma concorrência direta devido à relação entre rentabilidade e retorno", explica ele.
Antônio Sanches, analista de investimentos da Rico, afirma que a atratividade oferecida pelos títulos de renda fixa, que têm um risco menor, já resultou em uma fuga da Bolsa de Valores nos últimos meses. Ele, no entanto, avalia que ainda é cedo para citar os prefixados como a galinha dos ovos de ouro do momento.
"Para os investidores mais arrojados, pode valer a pena que eles comecem a criar uma posição com os títulos prefixados na carteira, mas a inflação continua surpreendendo e os Bancos Centrais estão se movimentando para aumentar cada vez mais as taxas de juros. Esses fatores podem mudar as projeções para a Selic, diretamente ligada aos investimentos", afirma Sanches ao citar uma preferência pelos títulos atrelados à inflação para garantir a manutenção do poder de compra.
Apesar do retorno expressivo oferecido pela renda fixa, o analista de investimentos da Rico destaca que há boas chances também na renda variável para investidores com mais apetite pelo risco. “Já que a Bolsa brasileira está barata e com um bom prêmio em relação ao investimento, haverá uma possível valorização dessas ações quando as empresas voltarem a ser negociadas próximo dos múltiplos históricos delas", observa Sanches.
CDB Banco Master (15,25% ao ano)
Vencimento: 1.798 dias.
Valor mínimo: R$ 1.000.
Valor líquido no vencimento: R$ 1.855,11.
CDB Banco Master (15,15% ao ano)
Vencimento: 1.800 dias.
Valor mínimo: R$ 1.000.
Valor líquido no vencimento: R$ 1.855,77.
CDB BRK (15,54% ao ano)
Vencimento: 2.160 dias.
Valor mínimo: R$ 5.000.
Valor líquido no vencimento: R$ 10.699,77.
CDB Banco Master (15,19% ao ano)
Vencimento: 2.258 dias.
Valor mínimo: R$ 1.632.
Valor líquido no vencimento: R$ 3.560,84.
CDB BRK CFI (15,5% ao ano)
Vencimento: 2.920 dias.
Valor mínimo: R$ 1.031,24.
Valor líquido no vencimento: R$ 2.914,95.