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Governo deixará de arrecadar R$ 19 bilhões por ano com IPI reduzido

De acordo com instituição, impacto é alto e pode comprometer o efeito positivo eventualmente produzido pelo estímulo 

Renda Extra|

Redução tira verba também de estados e municípios
Redução tira verba também de estados e municípios Redução tira verba também de estados e municípios

Cálculos da IFI (Instituição Fiscal Independente) divulgados na terça-feira (8) mostram que a redução de 25% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pode custar até R$ 19,1 bilhões anualmente, nos termos do decreto do presidente Jair Bolsonaro publicado no fim de fevereiro. Somente em 2022, o impacto da medida será de R$ 16,2 bilhões de março a dezembro.

Na nota técnica, assinada por Vilma Pinto, Felipe Salto e Daniel Couri, a IFI, que é vinculada ao Senado, estima que 90% da arrecadação do IPI em 2021 foi contemplada com redução de 25% na alíquota. Para a maior parte dos produtos, a redução foi de 25%. Alguns tipos de automóvel tiveram redução menor na alíquota, de 18,5%. Produtos que contenham tabaco não tiveram redução do imposto. O IPI fumo, que não foi reduzido, representou somente 7% da arrecadação do imposto em 2021.

A instituição lembra na nota técnica que o IPI é um tributo compartilhado com estados e municípios. No cenário-base, de março a dezembro, o impacto para os estados teria sido de R$ 4,6 bilhões, para os municípios de R$ 4,3 bilhões e para os fundos regionais de R$ 0,5 bilhão.

Em relação aos efeitos macroeconômicos da medida, a IFI mostrou que ainda precisam ser feitos mais estudos. "Sabe-se que medidas de redução de impostos podem estimular os setores beneficiados. Há ainda que ponderar efeitos negativos, do ponto de vista da atividade econômica, em razão da mudança de preços relativos gerada pela desoneração à indústria, apenas, e não ao setor de serviços, por exemplo", diz o órgão.

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Compensações

Apesar de o IPI não demandar compensação nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a IFI aponta que "os impactos estimados são relevantes" e, na ausência de medidas compensatórias, vão afetar o déficit e a dívida pública. "Isto é, prejudicariam o próprio efeito positivo eventualmente produzido pelo estímulo decorrente da medida do IPI sobre a atividade econômica."

Quando publicou o decreto, o governo justificou a renúncia tributária dizendo que a arrecadação federal em janeiro de 2022 somou R$ 235,3 bilhões, volume recorde que representa 30% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação do período.

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