São Paulo mantém liderança no ranking das melhores cidades para empreender
Edu Garcia/R7 - 23.2.2022São Paulo, Florianópolis e Curitiba são as melhores cidades para empreender no país. A informação é do ICE 2022 (Índice de Cidades Empreendedoras), pesquisa produzida pela Enap (Escola Nacional de Administração Pública), com apoio da Endeavor.
Já Belo Horizonte, Joinville, Cuiabá e Curitiba melhoraram o desempenho em 2021 e passaram a integrar o top 10 da lista. No entanto, Rio de Janeiro, Brasília, São Bernardo do Campo e Jundiaí deixaram as dez primeiras posições, segundo o novo índice que mostra o desempenho dos 101 municípios mais populosos do país.
Porto Alegre subiu da nona para a sexta posição, enquanto Osasco caiu do terceiro para o oitavo lugar. O estado de São Paulo, que tinha cinco cidades nas primeiras colocações, tem agora apenas três.
O resultado da pesquisa, divulgado nesta quarta-feira (16), é o principal raio-X do ambiente de negócios no Brasil. O panorama de 2021 mostrou um avanço do empreendedorismo em cidades menores fora do eixo Sul e Sudeste, com destaque para o Centro-Oeste, e também experiências bem-sucedidas relevantes no Nordeste e Norte.
A publicação está em sua sexta edição e desta vez foi possível fazer uma comparação mais ampla com o estudo anterior, porque nesses dois relatórios os indicadores de empreendedorismo e os municípios analisados foram expandidos e padronizados.
Os pesquisadores medem sete fatores determinantes para definir a posição no ranking:
• ambiente regulatório
• infraestrutura
• mercado
• capital financeiro
• inovação
• capital humano
• cultura empreendedora.
Maior e mais rica cidade do país, São Paulo é campeã em quase todas as áreas, mas perde feio quando o assunto é capital humano. Nesse ponto, a cidade com o maior PIB (Produto Interno Bruto), a soma de tudo que é produzido, está na 57.ª posição, uma sinalização, segundo os pesquisadores, de que a capital precisa melhorar o desempenho educacional de seus moradores.
Já a saída do Rio de Janeiro da lista se deve ao fato de que a cidade pontua mal em itens com grande peso, como infraestrutura e capital humano. Brasília piorou em ambiente regulatório, inovação e capital humano.
Para o presidente da Enap, Diogo Costa, as experiências devem ser replicadas no contexto pós-pandemia da Covid-19 num cenário econômico em que o empreendedorismo é o motor da produtividade e do crescimento econômico do país. “Toda a transformação digital, ambiental e social que precisamos enfrentar começa com uma transformação empreendedora”, afirma.
As planilhas com as pontuações ficarão abertas na internet para orientar os gestores na busca por um melhor ambiente de negócios. “Os municípios poderão olhar se os outros melhoram mais do que eles e no que uma cidade é mais ou menos competitiva”, diz Diana Coutinho, diretora de Altos Estudos da Enap, que destaca que o empreendedorismo faz a economia do país ser mais efervescente.
Na área da avaliação do ambiente regulatório, chama atenção a entrada de cidades como Várzea Grande (MT), Cuiabá (MT), Joinville (SC), Blumenau (SC) e Porto Velho (RO) no topo da lista. Segundo Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor, essas são cidades com pouca burocracia e que têm valores de taxas e tributos locais bem atrativos.
A pesquisa identificou boas oportunidades no ambiente regulatório, com melhores alíquotas tributárias de IPTU, ISS e ICMS, em Macapá (AP), Campos dos Goytacazes (RJ), Ananindeua (PA) e Porto Velho (RO). Já na simplicidade tributária, como emissão online de certidões negativas de débitos e legislação de zoneamento municipal atualizada, são mais bem avaliadas São Paulo, Guarujá (SP), Praia Grande (SP) e São Gonçalo (RJ).
Em relação à infraestrutura de transporte e condições urbanas, os municípios de São Paulo são os mais bem posicionados e praticamente dominam o ranking. Isso foi observado no relatório anterior. Brasília, Porto Alegre, Rio Branco e Florianópolis subiram de posição. Essa área está relacionada à boa conectividade por rodovias, menores distâncias de portos e maior número de decolagens de avião por ano. É o caso também de amplo acesso à internet rápida, bom preço médio de imóveis por metro quadrado, custo de energia elétrica satisfatório e baixa taxa de homicídios (já que estudos mostram que o comércio é o principal grupo afetado pela violência e criminalidade).