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Vai viajar? Entenda o que pode acontecer com o dólar

Educador financeiro orienta a traçar estratégia na compra da moeda e a usar meios de pagamento com IOF mais baixo

Renda Extra|Do R7

Até a última quarta-feira, o dólar havia despencado 12,42% neste ano
Até a última quarta-feira, o dólar havia despencado 12,42% neste ano Até a última quarta-feira, o dólar havia despencado 12,42% neste ano

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, o dólar voltou a subir na quinta e sexta-feira (25), fechando a R$ 5,15, após sequência de quedas. Entre a máxima do ano, de R$ 5,7128 do dia 5 de janeiro, e a mínima de R$ 5,0033, na última quarta-feira (23), o dólar despencou 12,42%.

Mas são os desdobramentos da guerra que vão definir o caminho da moeda norte-americana, de acordo com o economista Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 e professor do Insper. "A inflação brasileira, a taxa básica de juros e o desdobramento da guerra serão muito importantes para direcionar o dólar para cima ou para baixo, com mais ou menos vigor", explica Liao.

Segundo ele, a grande pressão que contribuiu para a série de quedas da moeda norte-americana foi de investidores estrangeiros, atraídos pela taxa básica de juros no Brasil, que voltou aos dois dígitos, a 10,75%, no começo de fevereiro, maior nível em cinco anos.

No entanto, com o conflito entre Rússia e Ucrânia, esses investidores tendem a adotar uma postura de aversão a risco, migrando seus investimentos para "portos seguros", como os Estados Unidos, o que pressiona a nossa moeda.

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"A grande análise que tem de ser feita é quanto pode piorar essa guerra. Estruturalmente, o dólar vinha caindo, mas, se essa guerra piorar, o nosso câmbio tende a sofrer muito mais, com a saída de recursos de investidores", avalia o educador financeiro do C6.

Para quem vai viajar

Por isso, a orientação para as pessoas que vão viajar ao exterior é não deixar para comprar a moeda na última hora. A estratégia é trocar o dinheiro logo no início do planejamento da viagem, evitar tarifas fixas no câmbio e utilizar meios de pagamento com menor incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). 

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"A grande lição é começar a comprar o dólar desde o momento que a pessoa tomou a decisão de viajar. Por exemplo, se vai embarcar em julho, o ideal é já começar a comprar dólar. Já vai comprando de pouco em pouco, para fazer um dólar médio do período, que é justamente não ficar especulando, não esperar que a moeda caia perto da data da viagem", explica Liao.

Um alerta importante do professor é evitar a especulação, ou seja, esperar que o dólar caia, para comprar tudo de uma vez, o que pode não dar certo. "Podem acontecer fatores no meio do caminho, como no caso da última semana, com o conflito na Ucrânia, que afetou o câmbio no Brasil.".

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Um outro ponto para quem vai viajar ficar atento é sobre as tarifas de câmbio. Ao comprar o dólar aos poucos, a pessoa deve evitar casa de câmbio, banco ou corretora que cobram tarifa fixa. "O ideal é adotar essa estratégia de ir comprando aos poucos e de forma recorrente até a viagem em bancos ou casas de câmbio que não cobrem tarifa fixa, mas sim só um percentual em relação ao valor que está sendo fechado." 

Meios de pagamento

Independentemente do dólar caindo ou subindo, a questão do cartão de crédito também pode deixar a viagem mais cara. Apesar de ser muito utilizado, o cartão internacional é um meio de pagamento muito caro por causa do IOF, o imposto cobrado sobre operações financeiras. Com a alíquota de 6,36% cobrada de tudo que é gasto no exterior, só o fato de usar o cartão já encarece mais de 6% o preço final.

Outro fator que encarece é a taxa do câmbio cobrada pelas bandeiras dos cartões. A taxa de câmbio na conversão de dolár para real é feita na hora de cobrar a fatura. Esse câmbio é definido pelo cartão de crédito e, geralmente, é muio alto.

"Por isso, a pessoa pode procurar outras alternativas que tenham o IOF mais baixo e com câmbios melhores, como por exemplo o dólar em espécie, que a alíquota de IOF é de 0,38%. Mas tem o lado negativo de carregar o dinheiro, risco operacional de perder ou ser roubado." 

Para isso, destaca Liao, a opção são as contas internacionais oferecidas em vários bancos, onde o cliente pode fechar o câmbio, comprar um determinado valor e mandar para a conta-corrente no exterior, para usar cartão de débito em hotéis, restaurantes e estabelecimentos comerciais. Nessas operações, o câmbio tende a ser melhor e o IOF é de 1,10%. 

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