Imóvel para aluguel
Fernanda Carvalho/Fotos PúblicasO reajuste dos aluguéis vem causando alvoroço no mercado imobiliário por causa das altas consecutivas do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), indicador usado por muitos contratos de locação.
O IGP-M subiu 4,10% em maio, contra 1,51 no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 14,39% no ano e de 37,04% em 12 meses.
As elevações históricas do principal índice dos contratos imobiliários estão fazendo muitos muitos proprietários de imóveis suspender ou renegociar os reajustes do aluguel.
Segundo levantamento da imobiliária Lello, 33% dos contratos de locação com aniversário em maio deste ano não tiveram aumento no valor.
O motivo, de acordo com informações da adminstradora, é que muitos locatários ainda sentem os efeitos econômicos da pandemia.
Para se ter uma ideia, em igual período do ano passado, todos os alugueis foram reajustados pelo índice contratual.
Ainda conforme o balanço, 29% dos proprietários aplicaram a correção pelo IPCA e apenas 8% usaram o IGP-M, índice mais usado na quase totalidade dos contratos de aluguel até 2020.
Em 30% dos contratos com aniversário em maio houve reajuste por outros valores.
“Os proprietários estão abertos ao diálogo e entendendo o cenário atual. Manter o equilíbrio econômico do contrato é fundamental para relações locatícias saudáveis e duradouras, evitando inclusive a desocupação desses imóveis", afirma Moira Regina de Toledo Bossolani, diretora de risco e governança da Lello Imóveis.
Desde janeiro deste ano, a Lello vem recomendando a mudança do índice de reajuste dos novos contratos de aluguéis residenciais e comerciais firmados entre proprietários e inquilinos, do IGP-M/FGV para IPCA.
O objetivo foi aumentar a velocidade das novas locações, dando tranquilidade e previsibilidade melhor às partes, uma vez que o IGP-M acumulou alta muito expressiva.
Para Adriano Sartori, vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, hoje “mais do que nunca é importante negociar”.
Sartori explica que cerca de 70% dos proprietários de residências possuem apenas um imóvel e utilizam o valor do aluguel como renda familiar ou para complementar a aposentadoria.
Então, ele consegue dar desconto por um certo período, mas não por muito tempo porque ele depende daquela renda, comenta o executivo do Secovi.
Sartori ressalta que locatário e locador podem chegar a um percentual de reajuste que seja bom para ambos.
A recomendação do Secovi é que os donos de imóveis acompanhem o desempenho de índices que apresentaram elevações mais próximas da realidade do brasileiro, como o IPCA, por exemplo.
Atualmente, 90% dos imóveis residenciais são reajustados pelo IGP-M, segundo levantamento do Secovi-SP.