Restaurantes sofrem para recuperar fluxo de clientes
Marcelo Camargo/Agência BrasilAs medidas restritivas ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus e a disparada da inflação do aluguel fizeram 37% dos estabelecimentos avaliar a mudança de endereço comercial. Desses, 11% efetivamente trocaram o local de atividade, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva encomendada pela VR Benefícios.
Entre os principais motivos que impulsionaram o pensamento pela mudança estão a redução do valor do aluguel (65%) e o menor fluxo de pessoas (32%) durante a pandemia. Outros 19% dizem que passaram a comandar o negócio da própria residência e 5% optaram por trabalhar mais perto de casa. Entre os que migraram, 60% agora atuam em bairros residenciais.
Para Priscila Abondanza, diretora executiva da VR Benefícios, o levantamento mostra que os comércios tiveram que se reinventar para atravessar o momento de dificuldade. "O movimento de migração dos centros comerciais para os bairros residenciais é um claro exemplo de estratégias usadas pelos donos de restaurantes para chegar ao cliente final com menores custos fixos", avalia ela.
O estudo também coletou os impactos financeiros trazidos pela pandemia. Entre os empresários entrevistados, 85% disseram que precisaram cortar custos, 60% afirmaram ter negociado preços e prazos com fornecedores e 29% revelaram a necessidade de recorrer a um empréstimo.
Com a flexibilização das medidas restritivas, 94% dos estabelecimentos voltaram a operar. No entanto, 7 de cada 10 proprietários lamentam que o movimento ainda seja menor do que o verificado no período pré-pandemia, especialmente nos restaurantes.
Outra herança da pandemia para os estabelecimentos comerciais envolve a inclusão dos meios de pagamento sem contato nas operações. O Instituto Locomotiva mostra que o uso de cartões por aproximação via celular para a realização de pagamentos chegou a 87%.
"Os restaurantes passaram a vender em novos canais, como o WhatsApp, e a usar novos meios de pagamento, como o link de pagamento e, posteriormente, o Pix. Para os trabalhadores, isso significou mais conveniência, segurança e tempo", afirma o diretor-executivo de marketing VR, Paulo Roberto Grigorovski.
Pandemia criou herança sanitária no comércio
Marcello Casal JrAgência BrasilA pesquisa também revela que os cuidados impostos aos estabelecimentos em decorrência da crise sanitária vieram para ficar.
Questionados sobre quais medidas de proteção serão adotadas permanentemente, 92% citaram a limpeza e desinfecção do ambiente, 86% a disponibilidade de álcool em gel aos clientes, 82% a necessidade de um ambiente mais aberto e ventilado.
Outros 67% confirmaram a eficácia da utilização de meios de pagamento sem contato e 60% lembraram da implementação do cardápio digital como recursos que serão mantidos.