Aposentadoria exige que investidor avalie qual renda deseja ter no futuro
FreepikMais difícil do que escolher qual seria o melhor investimento para guardar dinheiro para a aposentadoria, é o hábito de poupar todos os meses para usufruir desse recurso no futuro.
Leia também: IR 2020: Conheça 9 investimentos isentos de Imposto de Renda
A constatação é quase que unanimidade entre especialistas na área de finanças pessoais.
Para Miguel de Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), “pensar no futuro é sempre importante porque sabemos que a Previdência Social do país paga pouco e muitas pessoas precisam continuar trabalhando após se aposentar.”
Leia também: Bancos oferecem antecipação da restituição do IR; vale a pena?
Existem várias aplicações muito interessantes para guardar dinheiro para aposentadoria, segundo ele. Tesouro Direto, Fundos de Investimentos e planos de previdência privada são algumas opções.
Oliveira e a planejadora financeira Rejane Tamoto acreditam que a melhor forma de guardar o dinheiro da aposentadoria é investindo em previdência privada.
Leia também: Como investir os primeiros R$ 100 na Bolsa de Valores
“Apesar de você ter de pagar taxa administrativa para um gestor, esse plano deixa o investidor mais regrado por exigir uma aplicação mensal. E o brasileiro, quando tem uma obrigação, respeita”, comenta Oliveira.
Outro ponto positivo dos fundos de previdência, na opinião da planejadora financeira, é que ele permite a diversificação dos investimentos.
“Dependendo da categoria do fundo, o gestor investe em títulos do Tesouro ou de renda fixa, em moedas ou ações”, explica.
Leia mais: Quer cortar gastos? Listamos 10 dicas para ajudar a sair do vermelho
Rejane também diz que esses fundos também permitem ao investidor um regime mais em conta de tributação.
“Enquanto nos fundos se paga 10% de tributação para o regime regressivo (para quem resgatar depois de 10 anos) e não tem come-cotas, no Tesouro Direto a menor tributação (após dois anos com o investimento lá) é de 15%.”
Pensar qual renda deseja ter no futuro e identificar o seu perfil investidor – agressivo, moderado ou conservador – ajuda o poupador a traçar um planejamento financeiro para a sua aposentadoria.
Leia mais: Sobrou mês no fim do salário? Veja 8 dicas para seu dinheiro render mais
Rejane acredita que o ideal é investir de 10% a 20% do que você ganha por mês.
“Claro que tudo vai depender do perfil desse investidor. Se é a única pessoa que trabalha em casa, qual a sua estrutura familiar e orçamento, mas é a média indicada para poupar.”
Para Rejane e Oliveira a resposta é sim. “É um momento que exige muita atenção. Se ainda não tem um plano de previdência privada, espere acabar a crise para investir”, diz Oliveira.
Leia mais: Como gerar renda no isolamento social e manter as contas em dia?
Rejane acrescenta: “se for possível, não cancele ou suspensa os depósitos da aplicação. Se não der para manter o valor mensal, reduza, mas não pare. Se for preciso parar, volte a investir assim que possível”.
Eduardo Akira, sócio da Vero Investimentos, diz que assim que o investidor definir qual é o seu perfil, é possível avaliar qual é a melhor aplicação para a sua realidade.
Akira afirma que o mercado oferece diversas opções de investimento pensando no longo prazo.
Leia mais: Quer turbinar a aposentadoria? Veja 13 revisões que podem elevar valor
Entre elas, fundos de investimento, título de renda fixa e fundos de previdência privada.
“No fundo de previdência privada, se não fizer nenhum resgate, só será tributado quando sacar o dinheiro. Já num fundo de investimento normal, o imposto é cobrado a cada seis meses”, explica.
Leia mais: Susep cria ferramenta para investidor comparar fundos de previdência
No caso da previdência privada, Akira destaca que há o decréscimo conforme o tempo do plano. Ele começa com 35% e cai para 10% conforme o tempo que o dinheiro está lá.
Akira acredita que os fundos de previdência atendem diversos perfis de clientes por proporcionarem riscos diferentes. Há opções com multimercado, renda fixa e ações.
“Quando pensamos fora da previdência, podemos montar uma carteira adequada para cada aceitação de risco”, orienta.
Leia mais: Posso aplicar a reserva de emergência no Tesouro Selic?
Quem tem o perfil mais conservador, a sugestão do especialista é investir em títulos do governo indexados à inflação com pagamento semestral.
“Um título que vence em 2035, por exemplo, pagará o IPCA mais 4%. Basicamente o rendimento é o juro real de 4%.”
Para o perfil moderado, as opções são: título com renda fixa como multimercado e renda variável (ações carteira).
Leia mais: Dono de imóvel que vive com renda do aluguel precisa dar desconto?
E para o agressivo (investimentos indexados à inflação, multimercado e parcela maior em renda variável)
Quem precisa de um rendimento mensal, uma boa alternativa, segundo Akira, são os fundos imobiliários.
Além de isentos de Imposto de Renda, eles oferecem 10% de rendimento.