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Com alta da gasolina, etanol pode ser alternativa; veja se vale trocar

O biocombustível é considerado vantajoso se o preço estiver até o limite de 70% do valor do derivado de petróleo

Renda Extra|Do R7

O diferencial de preços entre gasolina e etanol nunca se distancia muito dos 30%
O diferencial de preços entre gasolina e etanol nunca se distancia muito dos 30% O diferencial de preços entre gasolina e etanol nunca se distancia muito dos 30%

Após oreajuste de 5,2% na gasolina a partir deste sábado (18) nas refinarias, a expectativa é que a procura por etanol aumente nos postos de combustíveis. Mas o biocombustível é considerado vantajoso se o preço estiver até o limite de 70% do valor do derivado de petróleo.

O preço médio do biocombustível no país caiu 8,07% na última semana, na comparação de junho com maio, de acordo com o levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O menor valor médio é de R$ 4,653 por litro, em São Paulo, e o maior, de R$ 6,544, no Rio Grande do Sul. 

Mas a tendência é o preço do etanol acompanhar o da gasolina. "O diferencial de preços entre gasolina e etanol nunca se distancia muito dos 30%. E deve se manter, com alta dos preços do etanol puxada pela demanda que irá se desviar da gasolina. São produtos substitutos quase perfeitos para os carros flex e, por isso, os preços sempre seguem tendências semelhantes, explica Robson Gonçalves, professor de MBAs da FGV. 

Segundo ele, caso não haja problemas de safra, os preços do etanol só vão cair quando e se os da gasolina baixarem, elevando bastante a rentabilidade dos produtores do setor. "Como o etanol rende menos, sempre será uma alternativa a se pensar. Mas o futuro aponta para os carros elétricos. Enquanto estes não forem parte significativa da frota, aonde for o preço da gasolina irá o do etanol", acrescenta o professor de MBAs da FGV.

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Na última semana, o etanol estava mais competitivo que a gasolina em quatro estados, de acordo com levantamento da ANP. Em Goiás, a paridade era de 65,72%; em Mato Grosso, de 69,14%; em Minas Gerais, de 68,57%; e em São Paulo, de 67,88%.

O problema é que essa paridade acaba sendo usada como balizamento para o preço do etanol. Quando a distribuidora entrega o combustível para o posto, o etanol já vem com essa paridade, tendo como referência o preço da gasolina. Outro fator que pode deixar o preço mais baixo é a oferta.

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De acordo com a Unica (Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar), que representa as usinas e unidades de produção, as vendas do etanol hidratado, que vai da bomba diretamente para o tanque do veículo, tiveram uma retração de 7,13% em maio, em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

“O etanol contribui para o balanço de oferta e demanda dos combustíveis líquidos, uma vez que oferece ao consumidor uma alternativa à gasolina A, seja diretamente por meio do etanol hidratado ou por meio da mistura do etanol anidro", afirma o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

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No mês de maio, os produtores venderam às distribuidoras um total de 2,12 bilhões de litros de biocombustível, segundo Rodrigues. "A ausência dessa alternativa significaria a necessidade de importação adicional de 1,74 bilhão de litros de gasolina A, apenas para compensar o volume no Centro-Sul. A presença do etanol contribui para a balança comercial brasileira, além de gerar maior segurança de abastecimento a partir de um combustível renovável”, explica o diretor técnico.

Outro fator que interfere na competitividade do etanol é o emprego do milho para suprir a produção. Desde a safra de 2015/16, o cereal, um dos principais insumos da ração animal, é usado para produzir nosso etanol.

Atualmente, o mix — volume de cana que vai para a produção de etanol e de açúcar — está em 55% para o etanol e 45% para o açúcar. “A usina tem o compromisso com a produção de açúcar, então não dá para mudar muito o mix, que é definido no início da safra. Mas não há dúvida de que haverá um crescimento na oferta de etanol”, disse.

Álcool ou gasolina: a regra dos 70%

Desde que os carros flex começaram a se popularizar, em meados dos anos 2000, a regra mais divulgada para decidir entre álcool e gasolina é a dos 70%.

Isso porque, de maneira geral, o consumo dos automóveis era 30% maior com o combustível vegetal. Desse modo, para que abastecer com álcool fosse mais barato, seu preço deveria ser equivalente a, no máximo, 70% do preço da gasolina. Caso contrário, o derivado de petróleo continuaria sendo mais vantajoso para o bolso.

Para calcular essa relação, basta multiplicar o preço do álcool por 100 e dividir pelo preço da gasolina: se o resultado for maior que 70, o valor mais baixo não compensará o consumo maior.

No entanto, com a modernização dos motores, essa regra dos 70% pode não representar a realidade para todos os automóveis no mercado. Quando o carro apresenta um bom rendimento com etanol, pode valer a pena abastecer com ele mesmo que o preço esteja na casa dos 75%.

Sendo assim, o ideal é observar os dados de consumo do carro. Melhor ainda é fazer testes com álcool e gasolina, comparando os dados do computador de bordo. Se o seu carro consumir apenas 20% a mais com etanol, por exemplo, a regra para você será com 80%, e não com 70%, como aponta o senso comum.

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