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Confira 8 aspectos na economia que podem afetar seu investimento

Coronavírus, insegurança em relação às reformas econômicas e a baixa taxa de juros vêm influenciando na alta do dólar e na Bolsa. Por que isso acontece?

Renda Extra|Márcia Rodrigues, do R7

Coronavírus, baixa da Selic, insegurança política influenciam a variação cambial
Coronavírus, baixa da Selic, insegurança política influenciam a variação cambial Coronavírus, baixa da Selic, insegurança política influenciam a variação cambial

O dólar em alta, a Bolsa de Valores em queda e as intervenções do Banco Central para tranquilizar o mercado são alguns acontecimentos na economia que geram dúvidas para muita gente.

Afinal, o que tudo isso impacta no meu dia a dia e nos meus investimentos?

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A pedido do R7, George Sales, professor de Finanças do Ibmec-SP (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais de São Paulo), respondeu uma série de dúvidas que os investidores novatos têm sobre o mercado financeiro e o impacto que cada movimentação pode trazer para o seu dinheiro.

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Confira abaixo:

1) Por que os acontecimentos do mercado externo influenciam o Brasil?

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Atualmente estamos acompanhando toda a movimentação que o coronavírus vem trazendo para o mercado financeiro global.

No Brasil, o impacto ocorre por causa da China, que é o país que mais consome nossas commodities minerais (produtos primários com cotação internacional) e que representa mais de 20% de nossas exportações desse item.

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Assim, se parte da China está com problema de produção (por conta dos toques de recolher decorrentes da disseminação do Coronavírus) é de se esperar que a exportação seja diretamente impactada.

2) Por que o dólar tem atingido recordes nas últimas semanas?

São alguns motivos que estão elevando o dólar em relação ao real:

1 - As baixas taxas de juros – a Selic está atualmente em 4,25% ao ano – diminuem o valor e o interesse pelos ativos (bem que pode ser negociado entre dois agentes) denominados em reais, pois as taxas de juros desses bens denominados em dólar se mantêm constante, assim, a demanda por real diminui em relação ao dólar.

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2 - Outro aspecto que também influencia na alta é o risco político intrínseco aos ativos denominados em reais. Apesar de o risco-país estar baixo, nas últimas semanas houve um aumento por conta de todas as tensões políticas – como o pronunciamento do ministro da economia, Paulo Guedes, que defendeu o atual patamar da taxa de câmbio e afirmou que "não tem negócio de câmbio a R$ 1,80", e da polêmica envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, por suposto compartilhamento de um vídeo convocando uma manifestação contra o Congresso –, e esse leve aumento do risco (apesar de historicamente estar baixo) gera pressão no dólar.

O CDS (credit default swap), que é um título derivativo que funciona como um seguro para evitar inadimplência em uma operação de crédito, funciona como uma espécie de seguro contra calotes do governo brasileiro.

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E ele cresce junto com o dólar, por isso é mais razoável associar os movimentos da taxa de câmbio ao aumento do risco-país.

Porém, vale ressaltar que o CDS está baixo, mas qualquer oscilação de aumento de risco gera variação no dólar.

A alta da moeda norte americana ainda não refletiu na inflação, pois ainda não houve tempo para que a recente desvalorização do câmbio impacte os preços.

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3) Qual é o impacto que a alta do dólar pode trazer para os produtos nacionais?

Muitos dos produtos brasileiros possuem componentes importados, assim, até o consumidor comum perceberá o aumento de preços em alguns setores da economia. E, neste caso, pode refletir no aumento de inflação.

Outro impacto na inflação pode vir pela preferência em se exportar já que são vendidos lá fora por um preço maior em reais. E, neste caso, os preços no mercado interno podem ficar mais caros.

4) Quais produtos têm os preços atrelados diretamente com o dólar?

Diversos produtos podem ser impactados, dentre eles temos alguns destaques como:

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• Combustíveis: embora o Brasil seja autossuficiente na produção de petróleo, o preço dessa commodity é atrelada ao dólar e, portanto, o consumidor sofre.

• Trigo: o país importa esse alimento que é utilizado em boa parte dos produtos presentes na alimentação do brasileiro, como pães, massas e bolos.

• Medicamentos: os medicamentos da medicina humana e da veterinária têm em sua composição boa parte de componentes importados, que sofrem com a alta do dólar.

• Inseticidas, formicidas, herbicidas e produtos semelhantes: muito utilizado na produção rural, eles são em sua maioria importados. Com isso, podem impactar nos preços dos alimentos de uma forma geral.

5) O que significa a intervenção do Banco Central?

O Banco Central pode intervir no câmbio para manter um "colchão de segurança” em casos de crises e eventuais desajustes no mercado internacional. Assim, o BC procura se proteger formando uma reserva de moedas internacionais (chamadas reservas cambiais).

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Com essas reservas, o país tem maior segurança para fazer frente as suas obrigações em moedas estrangeiras e pode realizar operações que influenciam seu mercado de câmbio.

No Brasil, o câmbio segue o regime flutuante. Contudo, o Banco Central pode intervir em momento de estresse para manter o preço da moeda em um determinado patamar e, assim, evitar variações abruptas de preço que acaba prejudicando todos os brasileiros. Neste caso, ele atua por meio de operações de swap cambial (veja abaixo).

6) O que é swap tradicional ou cambial?

Swap significa troca de dois ativos financeiros subjacentes (troca de riscos), ou seja, as duas partes que celebram um contrato acreditam em situações opostas em relação a esses ativos. Um deles aposta que o ativo comprado vai subir mais do que o ativo vendido e o outro aposta em justamente no contrário

No final do prazo de vencimento do contrato, um ativo terá o preço maior do que o outro, e o investidor que apostou no ativo que subiu mais irá receber a diferença de variação entre os dois ativos.

No swap cambial do Banco Central são trocados a Taxa Selic (taxa básica de juros) por uma variação Cambial, ou seja, uma parte acredita que a Selic irá subir mais do que o USD/R$ e a outra parte acredita que o USD/R$ irá subir mais do que a Selic para o período de duração do contrato de swap.

7) Em que casos o Banco Central utiliza o swap?

Quando há muito variação do preço do dólar e que pode impactar negativamente nas importações (no caso de uma subida rápida do dólar) ou quando pode impactar negativamente as exportações (no caso de uma queda do dólar)

8) Em quais situações o Banco Central pode intervir? Cite

Não existe um “gatilho” formal para a atuação do Banco Central em contratos de Swap Cambial, (no passado já existiu o regime de bandas, mas foi abandonado em 1999).

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