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Dólar abre a sexta-feira cotado a R$ 5,23 e caminha para quarta semana consecutiva de alta

Temores de que juros mais altos nas principais economias levem a uma recessão global impactam na cotação da divisa 

Renda Extra|Do R7

Valorização recente do dólar surge com receios políticos e fiscais domésticos
Valorização recente do dólar surge com receios políticos e fiscais domésticos Valorização recente do dólar surge com receios políticos e fiscais domésticos

O dólar alternava estabilidade e leve queda contra o real nesta sexta-feira (24), mas caminhava para sua quarta semana consecutiva de ganhos, depois que temores de que juros mais altos nas principais economias levem a uma recessão abalaram o sentimento global, cenário agravado por receios políticos e fiscais domésticos.

Às 10h10 (de Brasília), a moeda norte-americana à vista recuava 0,02%, a R$ 5,2280 na venda. Na B3, o contrato futuro de primeiro vencimento da divisa apresentava queda de 0,28%, a R$ 5,238.

O comportamento cambial desta sexta-feira estava coordenado com a estabilidade do índice do dólar frente a uma cesta de rivais de países ricos, enquanto a moeda norte-americana caía ante várias divisas consideradas arriscadas, como dólar australiano, rand sul-africano e pesos mexicano e chileno.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirma que esse é "mais um movimento de ajuste do que um otimismo em relação ao cenário global", que tem se mostrado adverso para ativos de risco, como ações e divisas de países emergentes, nas últimas semanas.

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O pessimismo cresceu desde que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, endureceu sua postura de política monetária e subiu os juros norte-americanos no maior ritmo desde 1994 neste mês, sinalizando mais por vir. Taxas de empréstimo altas tendem a restringir a atividade econômica, efeito que, no contexto atual, poderia ser exacerbado por desafios como a guerra na Ucrânia e sinais de desaceleração na China.

Em meio ao cenário internacional adverso, o dólar caminhava para sua quarta semana consecutiva de valorização frente ao real, período em que acumula alta de mais de 10%. A divisa fechou a última sessão em R$ 5,2291, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (R$ 5,2428), subindo por 11 dos últimos 13 dias completos de negociação.

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"O movimento global foi preponderante na relação de moedas", disse Sanchez sobre a recente valorização do dólar, "mas a dinâmica política que a gente vem observando no Brasil --seja política fiscal, ou pública, ou econômica, ou eleitoral-- também não é muito positiva".

Investidores têm mostrado forte preocupação com a discussão de medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combústiveis, que, por arriscarem levar a uma redução de receitas tributárias ou até mesmo a aumento de gastos num ano de aperto nas contas públicas, poderiam agravar a credibilidade fiscal do Brasil.

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Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro, sancionou, com vetos, projeto que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. Outras medidas atualmente sendo discutidas para aliviar os efeitos da inflação são elevação do Auxílio Brasil, aumento no valor do vale-gás a famílias e criação de uma espécie de voucher para caminhoneiros.

Sanchez vê espaço para desvalorização do dólar ante os patamares atuais, projetando a moeda em 5,05 reais ao fim deste ano, "mas isso não quer dizer que vamos ter um caminho suave até lá, principalmente considerando as eleições presidenciais de outubro", afirmou o economista.

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