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Programas como o Desenrola Brasil e o Feirão Limpa Nome da Serasa são oportunidades para acertar as contas atrasadas e acabar com o pesadelo das dívidas. Mas é importante que os consumidores saibam calcular como podem negociá-las e que conheçam os impactos de financiamentos que as parcelas dessas negociações terão em seu orçamento, alerta o presidente da ABEFN (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira), Reinaldo Domingos. Veja as orientações a seguir para negociar os boletos atrasados e chegar ao fim do ano no azul
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1. Pôr na ponta do lápis todas as dívidas, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel), e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando estas como prioridade para pagamento. Antes de sair se enrolando para pagar, execute um diagnóstico financeiro, para saber como é possível diminuir as despesas mensais, fazendo sobrar dinheiro para pagar as dívidas em atraso
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2. Anote todos os gastos que tiver, separando-os por tipo de despesa. Isso inclui gastos "pequenos", que podem até ser considerados menos importantes, como gorjetas e guloseimas, pois no fim do período será possível compreender de que forma, efetivamente, seu dinheiro está sendo gasto. Reflita sobre os hábitos e os comportamentos que o levaram a chegar a essa situação, assim você saberá o que deve mudar e quais gastos precisa reduzir ou eliminar
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3. Tenha em mente que só se deve negociar uma dívida ao ter condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, você só deve procurar um credor quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar
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4. Trocar uma dívida por outra nem sempre é a melhor alternativa. É claro que o programa Desenrola Brasil, por exemplo, oferece juros baixos em comparação aos do cartão de crédito, do cheque especial e de financiamentos; contudo, é preciso entender o que está relacionado a esses acordos, pois eles podem desencadear novos endividamentos e problemas ainda maiores, virando uma bola de neve
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5. Para não agravar a situação, antes de realizar qualquer compra, faça a si mesmo algumas perguntas, como: "Eu realmente preciso desse produto?"; "O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?"; "Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de terceiros?". Ao fazer isso, você terá uma grande surpresa sobre a quantidade de coisas adquiridas apenas por impulsividade
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6. Em momentos de crise financeira, que são passageiros, é importante resgatar sonhos, objetivos que realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para "dar a volta por cima". É preciso relacionar no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um e dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas
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7. Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, depois dos cortes é possível conhecer a sua força de poupança para realizar o sonho de sair das dívidas sem que seja preciso fazer outra. Mês após mês, é preciso aplicar esse dinheiro em um investimento que seja coerente com o tipo de objetivo (prazo) e o perfil do investidor. Caso você tenha dificuldade para investir, é válido consultar um especialista