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O uso do cartão de crédito pode ser um aliado do planejamento de gastos. O problema é perder o controle dos gastos e não conseguir pagar o total da fatura na data de vencimento. Aí, a dívida pode virar uma bola de neve. Em julho, os juros do rotativo estavam em 446% ao ano, segundo o Banco Central
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“O maior erro do brasileiro comum é que ele usa esse limite do cartão de crédito como se fosse complemento do seu salário. Então, por exemplo, eu ganho R$ 2.000 por mês e tenho um crédito de R$ 500, eu começo a considerar que eu tenho R$ 2.500 por mês para usar. Esses R$ 500, na verdade, são um empréstimo, e ele tem que ser pago”, afirma Simone Sgarbi, educadora financeira
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A questão do rotativo está em discussão no governo federal. No dia 5 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou de forma simbólica o projeto de lei que estabelece as regras do Desenrola, o programa de renegociação de dívidas criado pelo governo. O texto prevê ainda o estabelecimento de um teto de 100% para os juros do rotativo e do parcelamento de faturas de cartão caso, em 90 dias, o setor e o governo não encontrem uma solução acordada
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A educadora financeira ressalta que o uso da ferramenta precisa vir acompanhado de um devido planejamento financeiro. Ou seja, os gastos no cartão precisam ser menores que o salário mensal do consumidor. Veja nas fotos a seguir sete dicas para evitar o uso do rotativo
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1 - Pague tudo sem atraso
Tente pagar sempre o total da fatura até a data do vencimento; assim você evita os juros do rotativo, que são os mais altos do mercado -
2 - Não parcele a fatura
Parcelar também não é solução, pois haverá cobrança de juros (e juros bem altos) -
3 - Não tenha limite excessivo
Tem vários bancos que dão um limite acima do que a pessoa precisa, acima de sua renda. A sugestão é limitar esse valor. Isso pode ser feito por meio do aplicativo do banco, reduzindo o limite em um valor que cabe no seu bolso. Isso faz com que você tome mais cuidado com seus gastos, além de aumentar a segurança, caso o cartão seja roubado -
4 - Controle as compras parceladas
É muito comum uma pessoa comprar uma coisa em até dez vezes no cartão e depois não se lembrar mais do que comprou, mas a fatura continua chegando. A sugestão é anotar em um caderno todas as compras parceladas, para ir acompanhando a movimentação. Quem quiser também pode fazer um bloco de notas no celular e anotar as parcelas -
5 - Tenha apenas um cartão
Isso faz com que você tenha maior controle de suas despesas. Ter vários cartões, com limites diferentes e datas de pagamento diversas, pode contribuir para você se esquecer de pagar, se descontrolar, gastar em cartões diferentes e não conseguir dar conta da fatura. Tenha o foco em um ou no máximo dois. Quando você concentra os seus gastos em um, acaba ajudando também no relacionamento com o banco -
6 - Não empreste o cartão de crédito
Ao emprestar o cartão de crédito, você está dando crédito a uma pessoa que seu banco desconhece e a quem não deu crédito. Se o banco analisou as informações dessa pessoa e não deu o crédito, por que você, que tem menos informações, vai dar o crédito? Tome cuidado, porque você passa a assumir o risco de crédito da pessoa e, se ela não pagar, você terá que pagar e acabar no rotativo do cartão de crédito. Outro detalhe é que, mesmo que a pessoa pague direitinho para você, ainda assim incorre num risco operacional. Porque qualquer compra que tiver de ser contestada, ou uma reclamação, quem vai ter que fazer é você. Mas, no limite, se tiver que emprestar a alguém, a sugestão é pedir à pessoa que pague antecipadamente -
7 - Se você tentou evitar, mas não conseguiu e entrou no rotativo
A sugestão é sair o mais rápido possível. Para isso, você pode trocar o rotativo por dívidas mais baratas, como crédito consignado, que tem desconto direto da folha de pagamento ou na aposentadoria; o refinanciamento de veículo, que é tomar dinheiro emprestado dando o carro como garantia; ou o refinanciamento de casa quitada como garantia