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Mulheres preferem investimentos de baixo risco, aponta pesquisa

Renda fixa, como a poupança, é o investimento mais citado, mas número de investidoras cresce na Bolsa, com renda variável

Renda Extra|Do R7

Número de mulheres investidoras da Bolsa de Valores registrou recorde em 2022
Número de mulheres investidoras da Bolsa de Valores registrou recorde em 2022 Número de mulheres investidoras da Bolsa de Valores registrou recorde em 2022

As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado financeiro. De acordo com dados da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, o número de investidoras em 2022 atingiu recorde, com 1,18 milhão de contas, apesar de ainda representar 23,54% do total, que é de 5 milhões.

No entanto, uma pesquisa realizada pela Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, mostra que, no geral, as mulheres têm um perfil de investimentos mais conservador. O levantamento foi feito com 19.400 respostas, entre outubro de 2021 e janeiro de 2022.

Para realizar suas metas financeiras neste ano, 32,4% das mulheres pretendem investir na poupança, 13,9% em títulos de renda fixa e 9,4% em fundos de investimento. Entre os homens, 27,8% optam pela poupança, 26,1% em títulos de renda fixa e 19,1% em fundos de investimento.

“A diferença dos perfis fica mais evidente quando analisamos investimentos de maior risco, como ações e criptomoedas. Para as mulheres, são as opções menos escolhidas, apontadas por 8,2% e 6,7%, respectivamente. Já entre os homens, 19,3% optam por ações e 18,4% por criptmoedas”, afirma Ana Paula Netto, consultora financeira da Onze.

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Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a participação feminina na Bolsa de Valores é um fenomeno mais recente no Brasil.

Ele explica que fora do país as pessoas lidam há muito mais tempo com renda variável, ou seja, aplicações em ações – diferentemente do que ocorre no Brasil, onde os investimentos foram sempre muito focados em renda fixa, como aplicações em títulos do governo, CDB, fundo de renda fixa e poupança.

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"Mas o histórico da mulher é um pouco mais conservador em termos de gastos. Ela pensa mais no futuro, na família. A mulher acaba comandando essa questão de planejar o futuro", avalia Oliveira. 

Poupança

A análise da pesquisa também levou em consideração os investimentos realizados com o 13º, ao final de 2021, e o mesmo comportamento é observado. Títulos de renda fixa foram os preferidos por ambos os públicos, 50% entre os homens e 48% entre as mulheres. Quando analisado o apetite pelo risco, os homens foram mais agressivos: 47,9% optaram por ações, 36,9% por fundos de investimento e 26% por criptomoedas. Entre as mulheres, 39,3% optaram por ações, 33% por fundos de investimento e 12% por criptomoedas.

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Já em relação aos hábitos de investimentos recorrentes, a poupança é a preferência das mulheres (44%), enquanto títulos privados são a principal escolha dos homens (35%). Nesse sentido, o público feminino acaba optando por uma das menores rentabilidades do mercado.

Metas

No entanto, os dois públicos se mostram disciplinados para realizar suas metas financeiras ao longo do ano. A preferência de homens e mulheres é poupar mais mensalmente ou criar formas de renda em vez de resgatar investimentos, endividar-se ou até vender o carro.

Os números são bem próximos: entre as mulheres, 49,7% dizem que vão poupar mais mensalmente, 42,7% criarão formas de renda e 4% pretendem buscar empréstimos ou financiamentos. Resgatar investimentos (2,3%) e vender o carro/imóvel (1,1%) têm baixíssima adesão.

Já entre os homens, 45,6% dizem querer poupar mais mensalmente, 45,5% vão criar formas de renda e 4,4% buscarão empréstimos/financiamentos. Resgatar investimentos (2,5%) e vender o carro/imóvel (1,8%) também têm pouca aderência.

Aposentadoria

Quanto à aposentadoria, mulheres e homens, em sua maioria, acreditam que a renda neste período virá do INSS, 56,2% e 54,4%, respectivamente. Porém, os homens (36,2%) contam mais com aplicações financeiras para se aposentar do que as mulheres (27%). A previdência privada vem em terceiro lugar e é opção de 23,5% dos homens e 19% das mulheres.

Aplicação em ações

O número atual da participação feminina na Bolsa aumentou 40% em relação a 2020, o primeiro ano da pandemia de Covid-19, que era de 848,5 mil, mas a representatividade caiu 3 pontos percentuais. Desde o início da série histórica, em 2012, a participação feminina é quase oito vezes maior, quando havia 148,5 mil contas de investidoras.

Atualmente, a faixa etária que mais investe é entre 26 anos e 35 anos, com 373.309 contas. No entanto, em termos de valores, a faixa etária acima de 66 anos está na frente, com R$ 36,45 bilhões.

A tendência é cada vez mais as pessoas investirem em Bolsa de Valores, garante o diretor-executivo da Anefaca. "Diferentemente de agora, quando os juros vêm subindo por causa da inflação e da taxa Selic mais alta, se olharmos um pouco para trás, no ano passado, a taxa básica de juros estava muito baixa, e as aplicações rendiam pouco. Quem queria ganhar mais tinha que ir para a renda variável, para as ações", afirma Oliveira.

Agora esse cenário se inverteu um pouco, de acordo com Oliveira. "A renda variável está apresentando resultado negativo devido às oscilações econômicas do país e à questão da guerra entre Rússia e Ucrânia, que derruba o preço das ações, mas aumenta a rentabilidade dos fundos. Porém, a tendência a médio prazo é que volte a correr risco quem quer ganhar dinheiro, indo para a Bolsa de Valores."

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