A pandemia do coronavírus ligou o sinal de alerta em muitos lares brasileiros sobre a importância de se manter uma reserva de emergência.
Mas, afinal, existe uma aplicação mais confiável para guardar a reserva de emergência? O Tesouro Selic seria uma opção?
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Para especialistas, nesse tipo de investimento, é mais importante avaliar a segurança e a liquidez da aplicação do que a sua rentabilidade.
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“Estamos enfrentando uma crise muito grande e, neste período, mais importante do que ganhar dinheiro é tentar preservar o patrimônio ao máximo. Mesmo que isso implique em baixa rentabilidade”, diz Miguel Oliveira, diretor executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
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Oliveira destaca que, mesmo com a Selic (taxa básica de juros) estando no menor nível da série história – Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a taxa a 3% ao ano na última reunião –, o Tesouro Selic continua sendo uma opção segura de investimento.
“Preservar o patrimônio é investir em aplicações que não resultem em risco. Se aplicou R%24 1 mil%2C ao final do prazo terá esse valor mais juros na conta."
O especialista afirma que esse não é o caso da renda variável, por exemplo, na qual você aplica R$ 1 mil e daqui a 15 dias pode ter apenas R$ 300.
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O executivo da Anefac destaca que o Tesouro Selic, além de permitir a recuperação da inflação ao fim do prazo do título, também oferece a garantia de pagamento pelo governo federal por se tratar de um título público.
Fundos DI e CDB são alternativas
A planejadora financeira Rejane Tamoto acredita que o Tesouro Selic, assim como os fundos DI e CDB, é uma boa alternativa para manter a reserva de emergência.
"Além de seguros%2C esses investimentos permitem o resgate rápido – em até um dia útil – no caso de alguma emergência%2C evitando%2C assim%2C a necessidade de se recorrer ao cheque especial ou cartão de crédito."
Rejane ressalta, porém, que apesar de o Tesouro Selic oferecer o resgate em até um dia útil, essa possibilidade pode ser vetada quando o mercado passa por momentos de muita oscilação nos preços e nas taxas, como ocorreu em março.
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“Nos dias em que a bolsa teve as negociações interrompidas por causa do movimento brusco de mercado, o circuit breaker, o site do Tesouro Direto também não permitiu compra e venda de títulos. Esses eventos são raros, mas há o risco de precisar do recurso em um dia como esse.
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No caso dos fundos DI, a planejadora financeira destaca que é importante pesquisar quem faz a gestão e administração de seus recursos, para saber se são instituições sólidas e seguras.
“Pesquise o histórico do trabalho do gestor no longo prazo e veja se o preço da taxa de administração vale a pena ou não."
A taxa administrativa remunera um gestor que escolhe para você uma cesta de aplicações. Se for muito elevada pode comprometer a sua rentabilidade.
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Vale, também, observar a oscilação da rentabilidade nos meses do fundo, pois ela também indica o quanto o retorno pode oscilar para cima e para baixo, segundo a especialista.
No caso do CDB com liquidez diária%2C além de avaliar a rentabilidade oferecida para o valor que você tem disponível%2C é preciso conhecer a instituição financeira emissora.
“Ao emprestar dinheiro para um banco ou financeira, você passa a correr risco de crédito. Se a instituição quebrar, você ficará sem acesso ao dinheiro se precisar dele antes do pagamento do FGC [Fundo Garantidor de Créditos]. São em média de dez a 15 dias de espera. E se você necessitar do dinheiro nesse intervalo?”