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Soft skills: veja os comportamentos que levam ao sucesso no trabalho

Inteligência emocional, resiliência e criatividade são competências que estão em alta em recrutamentos para vagas de emprego

Renda Extra|Mariana Botta, do R7

Soft Skills, as habilidades interpessoais, são valorizadas nas empresas
Soft Skills, as habilidades interpessoais, são valorizadas nas empresas Soft Skills, as habilidades interpessoais, são valorizadas nas empresas

Não há dúvidas de que o conhecimento técnico e especializado é fundamental para avançar na carreira e ter sucesso profissional. Mas ele já não é suficiente para atrair as melhores oportunidades de trabalho: para as novas vagas, as empresas desejam candidatos que demonstrem ter competências e habilidades comportamentais específicas, consideradas importantes para os negócios.

No meio corporativo, essas competências são chamadas de soft skills, expressão em inglês, que pode ser traduzida para o português como 'habilidades interpessoais'. Algumas dessas características comportamentais são inteligência emocional, flexibilidade, resiliência e liderança, entre outras. 

Luana Gabriela, CEO da Tribo Consultoria, explica que as soft skills são "competências e habilidades que usamos no nosso dia a dia, nas nossas relações, para 'performar' melhor, seja no ambiente de trabalho ou na nossa vida pessoal. São as características que nos apoiam quando nos comunicamos, tomamos decisões, lideramos pessoas, organizamos nosso tempo ou administramos nossas preocupações".

Ela afirma que, em paralelo com as soft skills estão as hard skills, as habilidades adquiridas nas escolas, universidades e cursos técnicos, e que possibilitam a entrada dos indivíduos no mercado de trabalho. Essas já foram o principal critério de seleção dos departamentos de RH e, em algumas empresas, ainda são.

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"Muitas pessoas entram em uma empresa apoiadas nas hard skills, em competências técnicas de alto nível, mas acabam sendo demitidas por conta de soft skills, por não conseguirem desenvolver habilidades interpessoais no ambiente organizacional", relata a executiva.

Competências em alta

Luana diz que pelo menos quatro competências estão e devem continuar em alta no mercado de trabalho brasileiro em 2023: flexibilidade, gestão de preocupaçõescomunicação empática e resolução de conflitos

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"A flexibilidade que as empresas procuram no colaborador é, por exemplo, a capacidade de entender que é preciso pensar no curto prazo e olhar para o longo prazo ao mesmo tempo", fala Luana. Ela explica que, desse modo, o profissional deixa de lado a postura de ver 'um ou outro', para entar num contexto em que é 'um e outro'.

A gestão de preocupações diz respeito à ansiedade, sentimento que foi amplificado durante a pandemia da Covid-19. Ela prejudica a percepção da realidade, a reflexão, a organização e o planejamento. Um bom gerenciamento da ansiedade e das preocupações dá a segurança e garante a estabilidade de que o ambiente organizacional necessita.

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Dessa forma, o profissional tem condições de agir de maneira assertiva e direcionar seu foco para a resolução dos problemas, explica a especialista.

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"A resolução de problemas, ou solução de conflitos, é a competência de olhar para as questões de maneira assertiva, sabendo que as incertezas sempre estarão presentes e que os imprevistos vão acontecer. É uma capacidade muito importante, porque ajuda a direcionar o foco e a ter mais estabilidade para enfrentar desafios", diz a executiva da Tribo.

A quarta habilidade do grupo é a comunicação empática, "principalmente uma escuta mais empática", completa Luana. Ela lembra que muitas organizações estão em um momento de retomada, de replanejamento e estabelecimento de novas metas e objetivos.

"Ela é crucial para todos os colaboradores, que precisam entender como seus clientes pensam e as que expectativas eles têm", justifica.

A partir dessa breve descrição, a especialista fala que é possível fazer uma autoavaliação. Basta refletir e perguntar para si mesmo: Quais dessas características eu já tenho desenvolvidas, e quais eu posso desenvolver?

Conquista do emprego

Um levantamento do Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos) revelou que 53% dos brasileiros desejavam mudar de profissão após a pandemia, resultado que indica o tamanho da insatisfação dos trabalhadores.

Para quem está nessa situação, ou quer entrar no mercado de trabalho em 2023, a dica para aumentar as chances de conseguir um emprego é se preparar para as vagas. "As empresas vão analisar a sua formação e conhecimentos acadêmicos, mas também vão querer entender se você tem características como organização, gerenciamento do tempo, comunicação, liderança, escuta, pensamento crítico ou construção eficaz de relacionamentos", diz Tiago Mavichian, da Companhia de Estágios.

Para melhorar essas habilidades comportamentais, Mavichian fala que vale participar de atividades acadêmicas em grupo, praticar esportes, fazer trabalhos voluntários e se engajar "em outras iniciativas que facilitem que você desenvolva autoconhecimento e inteligência emocional."

As soft skills são fundamentais para a resolução de problemas no ambiente de trabalho, o que se reverte em benefícios para as companhias. Aumento da motivação e maior engajamento dos funcionários, realização das tarefas com mais eficiência, e maior probabilidade de cumprimento de metas estão entre os principais resultados. 

Por isso, as ‘habilidades humanas’ estão mais valorizadas, não só pelas empresas, mas também pelos próprios trabalhadores. Segundo a pesquisa ‘Mapeando o futuro da aprendizagem’, realizada pela edtech B.Nous com 115 profissionais que atuam na área corporativa, essas habilidades são apontadas como as competências organizacionais do futuro.

"Ao desenvolver soft skills, as pessoas começam a se relacionar melhor com os outros e consigo mesmas. E o desenvolvimento pessoal do colaborador contribui para a melhoria do ambiente organizacional" fala a CEO da Tribo Consultoria.

“O cenário profissional no mundo está em ebulição, com muitas mudanças na tecnologia, no comportamento das pessoas e das empresas”, afirma Isabela Corrêa, CEO da B.Nous. Sobre os resultados do estudo, ela diz que a necessidade de aprimoramento de habilidades (upskilling) e requalificação (reskilling) é citada, principalmente, pelo profissional que deseja crescer na empresa, ou por quem está em transição de carreira.

As soft skills fazem a diferença e são decisivas na hora da contratação de trabalhadores, mas as habilidades que se busca nos profissionais variam conforme o cargo a ser ocupado, o setor de atividade, a estrutura, as crenças e valores de cada empresa. 

"Em 2023, o olhar das empresas está ainda mais voltado para as soft skills porque, aos poucos, os empresários estão percebendo o quanto a multiplicidade de habilidades encontradas no grupo de colaboradores é importante", avalia Luana, da Tribo.

Ela diz que muitas pessoas acreditam que já se nasce com tais competências, o que não é verdade. "Nossa capacidade de aprender não é limitada, e os comportamentos são aprendidos ao longo da vida, podem ser aperfeiçoados", completa.

Para a especialsita, a vontade de aprender sempre e mais, a curiosidade e o interesse também são habilidades importantes. 

"Não existe isso de estar ‘velho’ para aprender. Aos 50 ou 70 anos, uma pessoa pode achar que já não tem mais nada para aprender, mas é o contrário. Foi comprovado cientificamente que nosso cérebro tem plasticidade, que a gente continua aprendendo para sempre. A aprendizagem é contínua, e todos devem ter isso em mente", finaliza a executiva . 

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